07/05/10


No dia em que não souber mais chorar E não acreditar nem amar
No dia em que não souber mais sentir
E tiver medo de pedir
O que mereço receber
No dia em que não me emocionar
Sentir vontade de em braços me abandonar
No dia em que não fizer mais loucuras
E que a minha vida seja levada apenas pelo racional
No dia em que não for impulsiva
Espontânea
E descalçar os sapatos numa festa em que ninguém o fará
No dia em que meus olhos não brilharem
E não puder parecer um pouco idiota
No dia em que não souber mais brincar
Ser um pouco criança
No dia em que não souber me perdoar
E recomeçar
No dia em que não puder dizer desculpa, errei
No dia em que a ausência não me afectar
E a solidão seja não apenas uma escolha de alguns dias
Mas uma realidade constante em minha vida
No dia em que tiver vergonha de dançar
E deixar de gostar de desenhos animados
Não admitir que choro ao ver um filme
E que me emociono com alguns amores das novelas
No dia em que não quiser mais ouvir cantigas de natal
Ou sonhar com um amor
Mesmo depois de tantos desamores
Ainda assim não deixem de tocar música
Pois apenas foi meu corpo que morreu
Minha alma, esta será eterna em alegria
Esta felicidade que respiro e partilho

by Isabel Medina
Imagem de Magnar Bornes

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