21/02/11


Na verdade não o sabia…
Tinha a certeza que já nada existia. E não é que surges de novo em minha vida, de forma tão inesperada, cruzo-me contigo tantas e tantas vezes, sem esperar, sem fazer com que aconteça, simplesmente cruzo-me contigo… como se o Universo quisesse dizer-me algo e, de forma transparente, sem resistência, admito, finalmente o faço: gosto de ti, sonho contigo, imagino-me ao teu lado; parece-me que se me abraças estou no meu lugar de sempre; sinto-me caber confortavelmente em ti; e claro, imagino-te a ter gestos de amor…Sonhadora….irreal…fantasias? Acordei para o que sinto e de momento não consigo evitar ter tais pensamentos. Isto deve passar…passa, claro! Não, nada fizeste que me desse o direito de tê-los. Sim, és simpático, educado, definitivamente és carinhoso comigo. Mas ao mesmo tempo tão sincero que sempre que permito-me ter estas emoções, em pensamento, há um momento inevitável em que paro porque sei que uma história de amor não é feita só de um – no final é nada mais do que dolência. Nada além de meu coração e este sentimento que tenho me autoriza a sonhar contigo; e por isso mesmo são breves instantes, para que de seguida mergulhe nesta minha tristeza de me sentir tão perdida, tão só, tão injustiçada…porque se foi apenas para me mostrar que existe alguém tão belo, tão perfeitamente moldado ao meu corpo e ao meu coração para, de seguida,dizer-me que este alguém nunca pode ser meu porque ele não sente que eu seja moldada ao seu corpo e coração,que existe esta sensação tão calma e de paz para de seguida dizer-me que ela não ficará… então, sim, sinto-me injustiçada…como se alguém estivesse a fazer uma comédia de humor negro com minha vida. Se houve algum motivo válido para teres feito parte de minha vida, de meu corpo, para teres conseguido que eu me abrisse novamente, que risse e sorrisse e voltasse a acreditar, a ter paixão e sentir que meu coração está lá, para mim só seria o de ficares aqui,sempre - por quereres, por gostares, por sentires…de outra forma apetece-me apenas gritar, apetece-me ser, talvez infantil, e magoar-te profundamente, ordenar-te que desapareças de minha vida, chorar tanto à tua frente para que percebas o quanto sofro…o quanto estou perdida… não te ver mais…porque sei que estando ao teu lado só quero beijar-te, abraçar-te, aconchegar-me num lugar que sinto tão meu e que me está sendo negado…
Se existe alguma bússola para este tipo de “desorientação”, esta seria a altura certa para encontrar a minha....

de Isabel Medina
Imagem Alexei Nikolaev

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