06/09/11

Quando Existe…ou Não, AMOR

Amer Raja in photo.net
Ridículo esta insistência em exigir que o outro demonstre seu amor exactamente da mesma forma como nós o fazemos. Pior, duvidarmos que ele exista quando isso não acontece.  Ao escolhemos uma pessoa com quem partilhar nosso amor, é preciso conhecê-la o suficiente para perceber quando ela diz "amo-te" e saber respeitar a sua forma de dizê-lo, nem que o faça silenciosamente. Não digo, com isto, que deixemos de exigir  amor com a intensidade, profundidade, serenidade e verdade que merecemos. Ou se ama alguém ou não se ama – não é difícil sabermos ou sentirmos quando somos amados ou se amamos. Tudo o que precisamos saber está à nossa frente. A nossa insegurança, quando se trata de emoções, muitas vezes interfere deixando dúvidas,  quando é  tão transparente para todos, excepto para nós. Cada um tem sua forma de dizer que ama  – há aqueles que precisam de dizer e ouvir constantemente “amo-te”, há os que não o dizem mas são capazes de gestos que só quem ama tem. Há os que precisam de manifestar aberta e publicamente seus sentimentos e os que preferem um íntimo sussurrar nos ouvidos seguido de um beijo terno mas discreto. O facto é que há sinais óbvios de quando o amor existe, basta estarmos atentos. O contrário também vale – há sinais óbvios de quando ele não existe. Neste caso, não adianta usarmos, para justificar a ausência de amor, esta ideia de que cada um tem sua forma de demonstrá-lo. Se amas não consegues ficar indiferente. Podes até tentar e conseguir em alguns momentos, que passam depressa. Não magoas o outro, e, se o fazes de alguma forma, mesmo que inconsciente, sofres com o sofrimento dele, pedes desculpas e nunca mais repetes o mesmo erro. Se amas consegues perdoar e esquecer. Se amas, consegues não exigir perfeição. Amas a imperfeição que, muitas vezes, é o espelho da tua. E, mesmo que te irrite algumas coisas no outro, ainda assim, não consegues deixar de lhe falar. Mas, no instante em que achares que já não há espaço para o outro em tua vida, quando já não conseguires dizer ou demonstrar amor, ainda assim não deixes de agir com amor (pelo que foi, pelo que se viveu e partilhou, pelo que se disse e prometeu) – olhe nos olhos e diga-o. Não vires as costas e deixes apenas o silêncio e dúvidas. Amor também é verdade e coragem. Amor também é respeito e sinceridade. Mas isto sou eu e minha forma de amar e demonstrar amor. Amor no seu sentido lato. Por nós, pela nossa família, pelos nossos amigos, pelo nosso companheiro.
 Vânia Isabel Medina

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