Já não me lembro da última festa de fim-de-ano a que fui.
Hoje pensei – se calhar é porque passo o ano todo a celebrar as pequenas boas
coisas que não preciso do último dia do ano para fazer uma festa. Depois de
estar com família e os amigos, “ouvir pito”, deito-me em minha cama e acordo em
2013 com a energia que preciso para festejar os 365 dias seguintes.
Faço balanços o ano inteiro. São 365 dias de possibilidades.
Cada dia, 24 horas de oportunidades. Não
preciso do final do ano para recomeçar. Recomeço sempre que preciso. Que sinto
ser preciso.
Antes do ano terminar, antes do outro começar já sei o que
quero. Onde quero estar. Para onde vou.
E antes deste ano terminar já sabia o que queria terminar.
Que laços queria romper.
Antes do ano terminar já sabia que pessoa sou neste
momento.
Sinto-me hoje alguém mais paciente. Comigo. Menos com
outras pessoas. Algumas. Aquelas que não sabem ser gentis. Que não sabem mudar.
Trato bem as pessoas. Digo-lhes o que de belo vejo nelas.
Deixo-as verem-se comos olhos que as vejo e sinto. É a minha contribuição para um lugar mais
bonito. As flores têm espinhos e ainda assim são belas. Quando contemplamos e
enaltecemos a beleza da flor é ela que prevalece e mesmo o espinho parece ser
útil.
Magoa-me ainda que nem todos entendam esta minha natureza.
Sou quase que esquisita. Quase que paradoxo. Muitas vezes indefinida. Nada fácil de entender. Mas verdadeira. Amiga.
Estranho procuramos sempre uma justificação para tudo. Uma frase pode ser apenas isso – uma frase. De mim para ti. Sem qualquer interesse oculto. Ou interesse apenas pela pessoa em essência.
Estranho procuramos sempre uma justificação para tudo. Uma frase pode ser apenas isso – uma frase. De mim para ti. Sem qualquer interesse oculto. Ou interesse apenas pela pessoa em essência.
Interessa-me a beleza e o espinho destas pessoas com quem
me entrelaço porque delas me faço.
Assusta-me a intolerância e a falta de amor. De respeito. De
carinho. De educação. De dar um abraço e fazer um elogio sem esperar nada em
troca.
Percebo-me mais. Sinto-me mais segura. Ainda um pouco
insegura em algumas coisas.
Descobri minha coragem. De partir. Procurar. Sei agora que
a felicidade é mais importante para mim do que a estabilidade.
Escolhi ser feliz. Rescrever uma história que supostamente
já estava toda descrita. A minha.
Estou cada vez mais consciente de meu todo - cabeça, coração, corpo. Sexualidade e sensualidade. Descobri que apaixono-me por pessoas. E apaixonei-me.
Sabendo que do outro lado não havia nada. Senti-me feliz por sentir. Fui
magoada. Muito. Mesmo por mim. Nestes momentos chorei. Mas levantei-me de novo.
Também fui amada. Sou amada.
Tenho mais medo. Mas também mais esperança. Mais fé e mais
coragem. Sinto menos dor. Protejo-me mais. Mas quando sinto, abro-me e digo.
Olho-me mais no espelho. Ainda sou mais consciente do meu
lado negro e de meus defeitos de que meu lado bonito e minhas qualidades. Mas
sei-me cada vez mais esta pessoa de paz. De sorriso. E riso. Também
melancólica. Um pouco triste. Muito feliz. Sou muito Yin e Yang. Abraço ambos.
E ainda procuro-te. Mas hoje sei que provavelmente não te
encontrei ainda porque ainda não me encontrei. Por isso cá vou eu – 2013, parto
à procura de mim para encontrar nós dois.
Vânia Isabel Medina
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