01/04/12

At 30, I'm an "Adele" too























É verdade, confesso. Há dias em que acordo, olho-me no espelho e desejo de volta o corpo que tinha, ou a força de vontade de voltar a ser aquela pessoa que fazia rigorosamente todos os dias da semana, sem descanso, uma actividade física – correr, nadar, musculação, aeróbica, taekwondo, yoga. 
Por mim. Porque há dias em que não gosto tanto de mim. Não quero que isso aconteça.
Quero gostar de mim todos os dias. Mas há dias em que é tão difícil...
Vivo num lugar que adoro, mas em que o culto ao corpo e à relação física prevalece em detrimento do culto ao todo que cada pessoa é e à relação emocional (que incluí, obviamente, a parte física).
Frustra não teres um sítio onde encontras roupas que te sirvam ou as que encontras não têm piada nenhuma. Como se o facto de não seres magra seja sinónimo de não teres estilo.
Quero gostar de mim pelo todo. Por mim! Da mesma forma que gosto de ser uma pessoa inteligente. Da mesma forma que gosto do facto de estar sempre a sorrir. Quero gostar deste corpo que tenho agora e não me preocupar com isso. Não quero voltar a ser aquela mulher obcecada pela forma física, que contava cada caloria e que vivia sempre com vontade de comer mas que quando o fazia era sempre com a consciência pesada. Era uma mulher elegante mas triste.
Quero olhar-me no espelho, sentir-me bela e sensual todos os dias, como sou hoje.
Quero não me incomodar quando me atormentam com olhares, perguntas “manera kbo engordá tont assim?; manera kbo tchá bo corpo estragá assim?” É que por mais que te sintas confortável contigo mesma, se as pessoas à tua volta insistem em fazer-te sentir o contrário é inevitável não pensares e dares importância ao assunto.
Não quero nenhum dia acordar e desejar ser outra pessoa que não a que sou agora, mesmo sendo a que fui há 5 anos atrás. Porque hoje sou feliz, mais completa, consciente de mim, de meu corpo e mais mulher do que alguma vez fui, com menos quilos.
Por mim…

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