Imagem by Daniel Pedrogam |
Não que me tenha esquecido. Apenas não me apetecia escrever. Hoje a letargia já não é tanta, por isso cá estou eu!
Três anos, é a
idade deste meu espaço pequenino, de que poucos sabem a existência, mas ao qual
o Mundo tem acesso. Continua a ser meu lugar preferido. Porque não tem hora.
Porque posso estar sozinha mas nunca só. Porque faz-me pensar e sentir. Quebrar
estas barreiras que ainda me imponho.
Escrever
continua a ser a minha voz maior. Alguém perguntou-me se eu não gostaria de ser
escritora. Respondi que sim mas que não sou tão boa assim. E não o sou.
Tenho com a
escrita uma relação aberta e o “Not Delivered” foi um cantinho que encontrei
para fazermos amor. Quando me apetecer, embora tenha muitas vezes a vontade e
nada de inspiração. Às vezes é ela que me procura. Uma vezes serenamente.
Outras vezes é um ímpeto que não sei explicar. É no fundo o que sou, e assim
ela é comigo - serenamente intensa. Como uma onda que vem intensamente mas que termina abraçando serenamente meu corpo nu, entra na alma e renova-a.
Nestes três anos,
o que mudou? Muito. E nada. Continuo tão fiel a mim mesma. Ainda cometo erros.
Mas não os mesmos. Ainda acredito. Mas nem tanto. Ainda gosto e apaixono-me.
Menos. Quase nunca. Uma vez.
Ainda preciso partir de tudo o que tenho. Para sentir saudades. E querer
voltar. Ainda choro. Só de noite. Ainda fujo. De mim. Ainda morro. Para tal e
qual uma fénix, renascer. E na escrita abraço todos estes meus momentos. É
neste lugar que consigo mostrar-me despida até de mim mesma. Em mais nenhum.
Aqui onde aprendi a falar. E três anos depois fico feliz porque agora também
falo de cores, não apenas de meu cinzento.
Parabéns a esta
relação e que seja por muito mais. Sem amarras mas com verdade e amor. Verdade
de mim. Amor ainda por descobrir.
by Vânia Isabel Medina
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