"A dor dói!(...)Acho que a minha alma precisa de um penso rápido."
in Peanuts by Charles Schulz
Se minha vida fosse um filme seria um drama. Recheado de dilemas. Nesta fase de minha vida, estou com mais um. Supostamente o dilema maior seria o “ir ou ficar”, mas não. Até esta decisão parece-me fácil. Depende de mim, apenas. Do concreto. De meu querer. De fugir à estagnação. Às lágrimas. Libertar meu potencial. Meu dilema maior neste momento és tu. É esta coisa absurda que sinto. Que não percebo como pode ser possível. Não me faz sentido. Nada. Gostar de quem nunca toquei. Com quem pouco falei. Nenhum momento real de partilha. Mas que parece que conheço. E mesmo não sabendo explicar...faz todo o sentido. Este sentimento em que não há decisão. Minha. Não queria. Ainda não quero. Já tinha aprendido a viver de minha solidão. Fechada. De não acreditar. Gostar de ti. Irrita-me. Frustra-me. Não escolhi. Aconteceu. Não te olhei assim. Aconteceste. E consegui aceitar. Para minha sanidade mental, tive de o fazer. Gostar de ti. Faz-me feliz. Aquece-me. Confunde-me. Perco-me. Torço para não te ver e quero ver-te todos os dias. Se não te vejo, se não me cruzo contigo digo para mim mesma é porque não tens mesmo de fazer parte de minha vida. Conforta-me tua ausência em meu olhar. Porque aí sei que vai passar. Mais um cliché que me agrada - "longe dos olhos, longe do coração". Se te vejo, expludo de alegria. Coisa bonita. Conforta-me tua presença porque percebo que ainda estou viva e sou capaz de sentir. Meu coração começa a bater desenfreadamente. Sinto vida. Sinto. Não vejo nem ouço mais nada. E no segundo a seguir consigo sentir apenas tristeza. E doí. Caraças, como doí. Porque ver-te ou não te ver resume-se a ter-te ou não te ter. Não te ver é não te ter. Ver-te é sentir – tudo. Ver-te é saber o que nunca vou ter. E o dilema acaba aqui.
By Vânia Isabel Medina
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