Muitas vezes
tomamos decisões hoje e mais à frente, em pequenos momentos, somos capazes de
achar que seguimos a estrada errada, que não fizemos a escolha acertada. Escrevo
hoje que tenho a certeza do que quero para que, mais à frente, nos momentos de
obstáculos, de saudades, de tristeza (principalmente os mais persistentes) eu
me lembre que tomei a decisão certa, que meu caminho é aquele que escolhi. Sou
de um país e de uma família em que ante o desafio do desconhecido e as certezas
de uma estabilidade opta-se por este último. Hoje ergo-me para contrariar esta
tendência. Hoje ergo-me porque tenho asas e quero a mudança. Porque hoje
olho-me ali à frente e vejo-me daqui a 5 anos a fazer mais do mesmo, a
contribuir em nada – para minha felicidade e para algo que me faça sentido.
Porque esta estabilidade que se coloca à minha frente como opção é o sinónimo
de uma infelicidade. Quem na sua sã consciência escolhe a infelicidade? Muitos
de nós o fazemos e renovamos esta escolha todos os dias não aceitando a mudança
e recusando abraçar as oportunidades que se colocam à nossa frente. Quero
acordar, sentir uma preguiça normal mas depois levantar-me ao lembrar-me que
vou fazer uma coisa de que gosto muito e dedicar-me a ela toda a semana com
todo meu amor e a paixão que me caracteriza. Chamo asas a meu passaporte. Então
como posso ignorar que elas tenham chegado agora? Este é o momento certo. De
cortar esta ligação que me faz mal. Começar de novo. Deixar um fio é uma
desculpa para regressar assim que a primeira coisa não correr exatamente como se
esperava. Escolhi ser esta pessoa, que não é perfeita, mas que possui uma forma de
estar, que tem princípios, valores e uma ética profissional. E por ela tenho de
abraçar este desafio e a mudança. Não me vejo bem a não
ser a trabalhar no que eu gosto. Não me vejo bem senão a amar e a ser amada. Hoje
decidi ter esta coragem, e deixo-a aqui registada para que amanhã ela sirva de
motivo de orgulho e não de arrependimento.Se o mundo se mostra a mim sem
fronteiras, porque eu tenho de insistir em criá-las para mim mesma? Reclamamos
mas o mundo está a aberto a nós. Há outras oportunidades, há outros lugares, há
outras pessoas. Esperem por mim. Estou a chegar.
by Vânia Isabel Medina